Startup inova na venda de insumos agrícolas com modelo “porta a porta”

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Criada por um family office, empresa já conta com a maior força de vendas do agronegócio no Brasil e projeta crescimento superior a 300% em vendas para 2022

       O agronegócio ganha, a cada dia, mais holofotes. Com capacidade de expansão de produtividade e produção e de geração de oportunidades de emprego e de negócios, o setor é, reconhecidamente, um dos mais importantes da economia brasileira e uma das principais locomotivas do progresso do país. Esse cenário despertou o interesse de quem atua nos mais diferentes setores, mesmo em áreas urbanas, e vem provocando um movimento de pessoas que decidiram trocar a vida na cidade pelo campo.

Essa migração ao contrário é o que os especialistas chamam de neo-ruralismo. O fenômeno é observado tanto dentro da porteira, com o retorno dos filhos da cidade para o campo, garantindo a sucessão familiar, como também fora da porteira com o ingresso de trabalhadores das mais variadas áreas, de técnicos a profissionais especializados. O fenômeno vem ganhando força com o crescimento das startups focadas no agro, que servem de porta de entrada para a nova tendência.

É o caso do administrador e especialista em marketing, Guilherme Trotta, que há três anos trocou a atuação em grandes empresas do centro do país para apostar na Produce, com sede em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Criada para tornar a venda de insumos e grãos mais colaborativa, a startup tem como estratégia promover a inclusão de profissionais, não só do agro mas também de outros setores, nas relações comerciais do agronegócio. “A Produce é a porta de entrada, ser nosso consultor é uma oportunidade para quem quer trabalhar no agro mas não sabe como começar, não é agrônomo ou não conhece o mercado”, afirma Trotta.

A estratégia que deu certo - Atualmente, um verdadeiro exército, com mais de 3 mil consultores, está espalhado de Norte a Sul do país, atuando na comercialização de insumos e produtos e na assistência ao produtor rural. Um aumento de 441% no período entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, o que torna os Producers (como são chamados os consultores) a maior força de vendas do agronegócio no Brasil.

O modelo de negócio vem alcançando excelentes resultados e os números são extraordinários. O plano de crescimento de vendas para 2022, que era de 300%, foi superado com folga. “Já está em 629% e o número de produtores atendidos aumentou em 251%, então vamos precisar rever esse plano”, projeta Trotta. O portfólio de produtos, como fertilizantes e sementes de grãos, oleaginosas e pastagens, foi ampliado em 240%. A empresa, criada em 2019, é investida por um family office e tem atuação em todo o país.

No Noroeste do Paraná, Raphael Uehara comemora os cerca de 40 produtores rurais que atende em Maringá e municípios próximos, especialmente no cultivo de milho. Além das vendas, o estudante de Agronomia atua no desenvolvimento, já praticando a futura profissão. “Trabalhamos com os melhores híbridos de milho disponíveis no mercado e oferecemos o melhor atendimento ao cliente. Eu apresento o produto e acompanho a safra, desde o plantio até a colheita e também o controle de pragas. Em alguns casos, montei um campo experimental pra ver se o produtor aprova o produto”, relata o jovem de 22 anos, que tem na carteira de clientes duas grandes fazendas que são referência na região. Raphael entrou para a Produce a partir de um currículo enviado para a empresa há menos de um ano e conta que o modelo de vendas, sem intermediários e sem burocracia, é muito mais eficiente e está agradando. “O produtor está gostando porque é a empresa em contato direto com ele. E para mim, estar próximo ouvindo o seu conhecimento e entendendo suas necessidades, me ajuda a ter sabedoria para lidar com as adversidades e entregar as melhores soluções”.

No Mato Grosso do Sul, uma venda de sementes de soja que está sendo finalizada, em Campo Grande, renderá pontos tanto para o produtor rural quanto para o Producer (como são chamados os consultores de vendas) Gleidson Thiago Lima Alexandre. “É um incentivo bem interessante porque todos ganham. Imagina um produtor receber um prêmio que foi trocado por pontos, sem custos. Além de gostar ele vai mostrar para os amigos e vizinhos, a melhor propaganda é a que se faz boca a boca”, pondera o engenheiro agrônomo, que tem parceria com a Produce há menos de um ano e se mostra otimista.

Com quase dez anos de profissão, Lima também atende clientes de longa data no Mato Grosso, estado que lidera o ranking nacional da produção de grãos sendo responsável por 30,5% do total, segundo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola divulgado no mês de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). A aposta, no momento, é em novos contratos de sementes e insumos com produtores que já preparam o plantio das próximas safras de soja e milho. O mercado é acirrado e a meta é uma produtividade cada vez maior. “O produtor precisa investir em insumos de qualidade para ter bons resultados, a Produce oferece produtos de alta qualidade e aceita negociar prazos. Tem cliente que paga à vista, outro paga à safra, cada um tem sua peculiaridade. Felizmente conseguimos facilitar bastante, a proposta da Produce é muito boa”, afirma

Rede de contatos - O diretor Trotta explica que a empresa tem como base do modelo de negócio o relacionamento entre as pessoas e são esses contatos que interessam. “Atuamos na venda direta porque identificamos uma demanda no campo, o produtor não quer ser atendido por um vendedor, prefere uma pessoa em quem ele confia, um amigo que lhe venda os insumos e produtos para a propriedade. Viemos para preencher esse espaço. Por isso, o que queremos do consultor não é investimento em dinheiro e sim a aproximação do produtor com a Produce, através da sua própria rede de contatos”, detalha.

A startup oferece treinamento, capacitação e acesso gratuito à plataforma, por meio de aplicativo. Os consultores são acompanhados, de perto, por um time de engenheiros agrônomos da própria Produce. A startup também é a responsável pela logística de distribuição e cobrança, entregando ao produtor o que foi acertado com o consultor.

Trotta lembra que o produtor rural entende muito sobre as formas de plantio, as máquinas que utiliza, tem visão de negócio e sabe em que pretende investir. “Ele conhece os produtos e consome tecnologia, mas na hora do insumo agrícola prefere uma relação de mais simplicidade, sem se arriscar em um site mirabolante de compras e é aí que entramos. Por isso o nosso modelo está em constante aperfeiçoamento. Estamos sempre nos aprimorando, assim como o mundo e as tecnologias, acompanhando tudo de perto”.

 via assessoria

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