Por Kátya Desessards
Jornalista e mentora em ESG e Comunicação Estratégica
O setor agrícola mundial tem passado por grandes
transformações positivas e, ao mesmo tempo, com igual força, por grandes
desafios negativos causados pelas bruscas alterações climáticas: como a
escassez de água ou de sol. No entanto, de grandes a pequenas empresas e
startups do setor, com o instinto ligado 100% na preservação de suas existências,
promovem em diversos países a busca de informações direto com o campo. Quem
mais poderia ter as respostas mais práticas, diretas e necessárias hoje, se não
o próprio produtor!?
Faz total sentido, esse olhar sincero da indústria por
ouvir quem faz o campo acontecer. O produtor, seja grande ou pequeno, é
quem tem o olhar nas necessidades práticas de hoje e do amanhã no campo. Quem
trabalha diariamente na terra ou na pecuária, e entende que é responsável por
conservar seus maiores bens: a terra, a água e o ar; precisa também da
contrapartida de parceiros da indústria que lhes entreguem produtos com o mesmo
nível de cuidado e que pensem na diminuição de pragas e aumento da
produtividade.
E no Brasil, por
conta de empresas como Bayer, Corteva, Brasmax, dentre outras, que a aproximação da indústria direto com o campo
tem se dado de forma ainda mais intensa, tanto nos modelos de pesquisa formal
ou informal, como em conversas e
encontros ‘in loco’. Isto porque, o setor agropecuário brasileiro é um dos
mais avançados e inovadores do mundo, com geração de pesquisas segmentadas em
todas as regiões do país. E isto, muito pelo trabalho persistente da Embrapa e
de novos players (como as mais de 3 mil startups, apenas no agronegócio), que
promovem o desenvolvimento de modelos produtivos, inovação de tecnologias e
equipamentos de alta precisão para grandes ou pequenas necessidades do campo à
agroindústria.
Nas últimas semanas, por exemplo, dois eventos da Bayer,
tiveram – exatamente - estas intenções: chamar representantes da cadeia
produtiva brasileira para promover escuta ativa eficaz. Assim, com grupos
seletos de produtores e pesquisadores, referências em suas áreas, a indústria
de insumos objetiva trilhar com mais assertividade seus investimentos em
produtos que tenham o perfil adequado a cada região do Brasil, ou seja, para
uma usabilidade mais personalizada, sustentável e georreferenciada.
Primeiro, foi o ICS - Inovation Crop Science da Bayer,
evento de olho na visão de futuro por
novas pesquisas e produtos, realizado de 11 e 12 de junho, em Paulínia, interior de São Paulo, mas conectado
(ao vivo) com as demais sedes da empresa pelo mundo. Por conta no foco total na
Ciência, a Bayer promoveu a troca de conhecimentos, compartilhou descobertas e
fomentou discussões sobre um novo olhar para ciência e inovação na proteção de
cultivos.
O evento reuniu cientistas da Bayer e de outras instituições
que falaram sobre novas tecnologias, desafios da agricultura e soluções
sustentáveis. E para representar a produção, quatro convidados externos foram
escolhidos: um produtor do segmento de biocombustível (cana), um da
citricultura e dois do segmento de fibras e cereais, a SLC Agrícola (maior
produtora e beneficiadora mundial) e a Sementes Com Vigor (SCV), representado a
produção da Região Sul do Brasil. Os convidados puderam expor suas experiências
nas lavouras e nas escolhas dos modelos produtivos e tipos de produtos usados
em cada fase. "Muito relevante esse formato de abordagem, porque o
interesse era para saber da realidade do manejo diário. E, assim conseguirem
projetar novos produtos que, realmente, são necessários hoje nas nossas
lavouras levando em conta os vários Modelos produtivos existentes hoje no setor
agrícola brasileiro", salientou o CEO da SCV, Pedro Basso.
Outro evento, com igual peso, realizado totalmente interno e
online, foi o SSE – Sustainability and Strategic Engagement da Bayer,
no dia 17/6, restrito a funcionários e com apenas três convidados externos: agricultores,
um da índia, dos Estados Unidos e um do Brasil E dentre eles, estava a Sementes
com Vigor (SCV) que reforça sua posição estratégica do agronegócio da Região
Sul neste encontro que evidenciou os desafios e as oportunidades futuras na
inovação e no engajamento estratégico à sustentabilidade. O CEO da SCV e
agrônomo Pedro Basso, era o Brasil dentre o grupo seleto de produtores e
pesquisadores convidados a falarem das suas visões ao grupo de executivos e
gestores de P&D da multinacional alemã
Na oportunidade, Basso trocou conhecimento sobre a adoção de
práticas regenerativas que ultrapassa a simples conservação do solo, pois
incorpora uma abordagem sistêmica que integra produtividade, saúde do solo e ambiental
e visão de longo prazo. “A indústria começa a entender que é preciso ouvir a
ponta para entregar soluções reais. Quem está no campo vive os desafios todos
os dias. É nessa escuta que a inovação se fortalece com propósito”, afirmou
o executivo e produtor rural, ressaltando a importância da sinergia entre os
saberes técnicos e a experiência prática dos produtores no campo.
A participação da SCV nos dois eventos não só firma o
compromisso da empresa com um agro sustentável e tecnicamente avançado, mas
também mostra a importância da colaboração estreita entre grandes corporações,
centros de pesquisa e profissionais do campo. Para Basso, a conjugação entre
sementes de alta performance, pesquisa avançada e práticas de cultivo
inteligentes é a fórmula da renovação dos sistemas agrícolas regionalizados,
promovendo competitividade e responsabilidade no mercado global. “Quando há
diálogo e troca real de experiências com soluções encontradas às dores
persistentes, toda a cadeia acaba por se beneficiar e crescer junto”,
reforça Basso.
E na visão de futuro do CEO da SCV, de Muitos Capões, Norte
do RS, Pedro Basso, participante dos dois eventos da Bayer e de eventos da
Corteva e da Brasmax também realizados
em junho, a reserva de conhecimento seja de manejo, de pesquisa ou de visão de
futuro, não é mais uma escolha para ninguém. “Hoje, todos podemos ter acesso às informações de uma forma
ou de outra. Não há mais ‘segredos’. O que vai diferenciar nossas propriedades
e empresas é o quanto investimos tempo e dinheiro apostando na aplicabilidade
da ciência, das inovações do manejo e nas escolhas por parcerias duradouras com
clientes e fornecedores de todas os segmentos que envolvem nosso negócio. É essa
a postura que vai fazer a real diferença ‘entre joio e trigo’ no mercado”,
avalia Pedro, que desponta dentre as novas lideranças jovens do agro gaúcho.
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